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Depressão Pode Fazer Seu Corpo Envelhecer Mais Rápido


Adultos de meia-idade e mais velhos com histórico de depressão têm mais condições de saúde física de longo prazo na linha de base e acumulam condições físicas adicionais em uma taxa mais rápida do que aqueles sem histórico de depressão. Esses achados destacam a importância de abordagens integradas para gerenciar resultados de saúde mental e física.


A depressão é o transtorno mental mais comum, afetando mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, o equivalente a cerca de 1 em cada 23 pessoas. Ela é mais frequente em mulheres do que em homens e atinge principalmente adultos entre 55 e 74 anos. 


Independentemente da gravidade, a depressão está ligada a um maior risco de mortalidade, principalmente devido a impactos na saúde física, como um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.


A depressão não afeta apenas o humor e o bem-estar emocional, mas também pode ter um impacto significativo na saúde física. Um estudo recente analisou como a depressão está relacionada ao desenvolvimento de doenças físicas ao longo do tempo em pessoas de meia-idade e idosos. 

O objetivo foi entender se aqueles com histórico de depressão acumulam mais problemas de saúde física do que aqueles que nunca tiveram a doença.


Para isso, os pesquisadores da University of Edinburgh, UK,  acompanharam 172.556 participantes do estudo de coorte do UK Biobank (UKB), com idades entre 40 e 71 anos na avaliação inicial (2006-2010), que tinham dados de cuidados primários vinculados disponíveis. 


Usando autorrelato, cuidados primários, admissão hospitalar, registro de câncer e registros de óbito, verificaram 69 condições de saúde física de longo prazo na avaliação inicial do UKB e durante um acompanhamento médio de 6,9 ​​anos.

No início do estudo, cerca de 18% dos participantes já tinham sido diagnosticados com depressão em algum momento da vida.


Os cientistas analisaram os registros médicos dessas pessoas, incluindo consultas com clínicos gerais, internações hospitalares e registros de câncer, para verificar a presença de 69 diferentes condições de saúde física de longo prazo.


Os resultados mostraram que as pessoas que já tinham tido depressão acumulavam doenças físicas mais rapidamente do que aquelas sem histórico da condição. No início do estudo, quem nunca havia tido depressão apresentava, em média, duas doenças crônicas, enquanto aqueles com depressão tinham, em média, três.  

Número médio acumulado de condições de saúde física de longo prazo na linha de base e durante o acompanhamento, estratificado por histórico de depressão na linha de base, idade na linha de base e sexo.


Com o passar dos anos, os participantes com depressão passaram a desenvolver novos problemas de saúde a uma taxa 30% maior do que os que nunca tiveram a condição.


Isso significa que a depressão pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças ao longo da vida, como diabetes, artrite e problemas cardiovasculares.


O estudo reforça a necessidade de um olhar mais amplo para a saúde das pessoas com depressão, indo além do tratamento dos sintomas emocionais e considerando também os impactos no corpo.


Atualmente, os sistemas de saúde costumam tratar cada doença separadamente, sem considerar que muitos pacientes possuem tanto problemas de saúde mental quanto física ao mesmo tempo. 


Esse estudo mostra que é fundamental adotar uma abordagem integrada, que leve em conta o paciente como um todo. Melhorar a forma como tratamos a depressão pode não só aliviar o sofrimento mental, mas também ajudar a prevenir e controlar doenças físicas ao longo da vida.



LEIA MAIS:


Depression and physical multimorbidity: A cohort study of physical health condition accrual in UK Biobank

Kelly J. Fleetwood, Bruce Guthrie, Caroline A. Jackson, Paul A. T. Kelly, Stewart W. Mercer, Daniel R. Morales, John D. Norrie, Daniel J. Smith, Cathie Sudlow and Regina Prigge

PLOS Medicine. 13 February 2025, 

DOI: 10.1371/journal.pmed.1004532


Abstract:


Depression is associated with a range of adverse physical health outcomes. We aimed to quantify the association between depression and the subsequent rate of accrual of long-term physical health conditions in middle and older age. We included 172,556 participants from the UK Biobank (UKB) cohort study, aged 40–71 years old at baseline assessment (2006–2010), who had linked primary care data available. Using self-report, primary care, hospital admission, cancer registry, and death records, we ascertained 69 long-term physical health conditions at both UKB baseline assessment and during a mean follow-up of 6.9 years. We used quasi-Poisson models to estimate associations between history of depression at baseline and subsequent rate of physical condition accrual. Within our cohort, 30,770 (17.8%) had a history of depression. Compared to those without depression, participants with depression had more physical conditions at baseline (mean 2.9 [SD 2.3] versus 2.1 [SD 1.9]) and accrued additional physical conditions at a faster rate (mean 0.20 versus 0.16 additional conditions/year during follow-up). After adjustment for age and sex, participants with depression accrued physical morbidities at a faster rate than those without depression (RR 1.32, 95% confidence interval [CI] [1.31, 1.34]). After adjustment for all sociodemographic characteristics, the rate of condition accrual remained higher in those with versus without depression (RR 1.30, 95% CI [1.28, 1.32]). This association attenuated but remained statistically significant after additional adjustment for baseline condition count and social/lifestyle factors (RR 1.10, 95% CI [1.09, 1.12]). The main limitation of this study is healthy volunteer selection bias, which may limit generalisability of findings to the wider population. Middle-aged and older adults with a history of depression have more long-term physical health conditions at baseline and accrue additional physical conditions at a faster rate than those without a history of depression. Our findings highlight the importance of integrated approaches to managing both mental and physical health outcomes.

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